Uma caminhada de seis minutos, com 400 metros e uma boa subida, que não chega a incomodar, me separa da área verde mais próxima de onde moro, privilégio compartilhado por grande parte das pessoas que vivem na Zona Oeste de São Paulo, mas bem mais raro para habitantes de outras regiões. Sei disso porque nem sempre morei aqui. Na Zona Norte, onde fui criada, há apenas as ladeiras e as calçadas ruins em comum; praças e parques são raridade. O Centro, mais antigo, também é bem serviço de praças, mas poucas com as características de local para exercício e convívio com a natureza, parte pelo grande movimento, parte pela urbanização que não privilegia esse uso. O Vale do Anhangabaú é um exemplo sobre o qual tenho até preguiça de comentar. De volta à cidade – aos poucos – após quase sete meses de exílio no interior, percebo mais intensamente a importância dessas áreas. Já não temos horizonte para acompanhar o caminho do sol, da lua, das estrelas - deve ser por isso que alguns passaram a acredi...