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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Sobre assédio, redação e O Escândalo

Assédio e redação de jornal para mim sempre soaram como quase sinônimos, sobretudo no meu início de carreira, entre o final dos anos 1980 e início dos 1990. Tive chefe que nunca me convidou para sentar ao falar comigo em sua sala (e eu entrava lá várias vezes por dia) e, quando queria me dar bronca, perguntava se meu marido não estava comprando comida (deve ser porque sabia que me pagava uma miséria...). Um outro trocou a mesa baixa dos repórteres com a mais alta dos diagramadores, apenas com a intensão de humilhar a redação. Os diagramadores devem ter tido todos dores nas costas, enquanto os repórteres trabalhavam com listas telefônicas sobre as cadeiras como se fossem almofadas para conseguir alcançar as máquinas de escrever (sim, você entendeu bem, eram máquinas de escrever, sou velha). Houve também chefes (vários) que, quando eu saía no meu horário – o que era raro, pois o normal era ficar pelo menos uma hora a mais -, olhavam ostensivamente no relógio antes de me dar boa