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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Como plantar água em Itu

A situação no município de Itu é o exemplo mais contundente da falta d’água no Estado de São Paulo. A convulsão social causada pelos muitos meses sem abastecimento tem se tornado o terror do que pode acontecer se a mesma situação se concretizar na Região Metropolitana de São Paulo (a possibilidade não é infundada nem remota). A experiência realizada no Alphavillage Refúgio Ecológico, narrada no livro “Explorar para Preservar” - publicação de 2011 de cujo projeto participei e que conta a luta pela conservação na Amazônia e na Mata Atlântica do empresário Fábio Albuquerque (dono também da Ecolog, que faz manejo florestal em Rondônia) -, é uma pequena mostra do imenso poder que a natureza tem de se recuperar, se levada a sério. E se passou justamente em Itu , onde Fábio adquiriu, nos anos 1990, uma propriedade de 75 hectares, “praticamente abandonada (...), onde só restava pasto degradado e uma plantação de pínus”, e “uma represa de mais de 600 metros de extensão”. Despois de algu

Água e perplexidade

Hoje estive em uma reunião da Aliança pela Água (aguasp.com.br). Para quem não sabe do que se trata, é um coletivo de pessoas e instituições que, desde o final de outubro, vem debatendo, dividindo informações e realizando ações sobre a crise da água em São Paulo. As principais organizações não governamentais do país que atuam nas esferas ambiental, socioambiental e direitos do consumidor estão lá, assim como técnicos e jornalistas na área e uma moçada nova (que bom!!!) com muito gás para mobilização, seja na web, seja nas ruas. Concretamente desta reunião, da qual participaram cerca de 50 pessoas, deve sair alguma carta de impacto, chamando governos e população para um plano de emergência, com sugestões de ações. Há planos para eventos, mobilizações, materiais informativos e tudo que uma situação grave pede. Todas as organizações e coletivos representados também relataram o que tem feito e o que há programado para os próximos dias. Tem muito coisa. No entanto, o que mais cham

De volta ao mundo real

No final da semana passada, já com a perspectiva da volta para São Paulo após as férias, meus filhos começaram a demonstrar o medo de como encontraríamos a cidade. As notícias sobre a falta de água e de luz, as árvores caídas, as enchentes repentinas - sabidas através de rápidas passadas em frente à TV - começavam a tomar concretude. No centro das preocupações, questões concretas: Como a escola e a universidade funcionarão sem água? Haverá êxodo de Sampa? Será que teremos que nos mudar para a chácara? E quem não tem para onde se mudar? Há soluções para resolver a falta de água no curto prazo? A cidade de São Paulo ainda tem como se tornar viável? Dos risos sobre distopias apocalípticas de uma cidade abandonada, com tudo em ruínas, sendo mostrada aos seus futuros filhos, a conversa migrou para a falta de condições para se pensar em algum dia ter filho. Soluções tecnológicas delirantes também foram aventadas, como inverter o curso da Henry Borden, que traria água do mar dessaniliz