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Mostrando postagens de maio, 2019

Mulheres poderosas

Valorizar o protagonismo feminino sempre esteve na minha pauta, mas ultimamente tornou-se uma obsessão. Enquanto a atuação feminina não for fortemente valorizada para além dos limites do lar, o risco da sociedade embarcar em retrocessos bancados por machos inconformados em perder privilégios ou por mulheres que veem Jesus na goiabeira ou têm outros problemas que as impede de ter sororidade – não consigo entender o motivo – são grandes. Nem sei ao certo o que posso fazer nesse sentido, mas o primeiro passo é conhecer e divulgar, dentro das minhas possibilidades, o trabalho de mulheres que estão fazendo diferença nesta nossa combalida sociedade. Há um mês participo do Todas - Círculo de Confiança entre Mulheres, no qual tenho conhecido mulheres muito interessantes e decididas a compartilhar suas experiências. Nos últimos dias, também tive o privilégio de presenciar alguns eventos que me deixaram otimista não apenas sobre o quanto as mulheres têm feito – já que acredito que sempre fiz

Desci do salto

Ganhei minha primeira sandália de salto alto aos 14 anos para o casamento de uma prima. Foi amor à primeira vista. Eu e os saltos altos sempre nos complementamos. Ele, exercendo seu poder sobre mim, obrigando que me equilibrasse em seu cume, e eu fazendo dele uma muleta contra minha insegurança e falta de altura. A eficácia sempre foi duvidosa, já que a alcunha de baixinha nunca me abandonou, ao contrário, virou minha marca registrada. De acessório para festas, rapidamente os saltos altos começaram a ganhar meu dia a dia e, já aos 17 anos, lembro de vibrar quando lançaram um tênis com salto. Me afeiçoei tanto ao modelo, que cheguei a deprimir quando a moda, tão desconfortável quando a média dos anos 1980, se evaporou como chegou. Ter um trabalho agitado, que me obriga ir de um lugar ao outro constantemente, nunca me intimidou. Aos poucos, os sapatos de salto alto foram dominando meu guarda-roupa, cada vez maiores, cada vez mais finos. Os anabelas e as plataformas tornaram-se minh

Uma louca sem medo de divertir com ótimas reflexões

A Louca da Casa , da escritora espanhola Rosa Montero, é um livro difícil de definir e delicioso de ler. Parece ser um romance autobiográfico, porém não é bem isso. Pode ser também um ensaio, mas qual é o tema? Literatura, feminismo, criatividade? Tudo isso e mais um pouco. E muito humor, que nos transforma nas “loucas do livro” ao nos brindar com diferentes versões sobre um mesmo acontecimento, ligado a um romance de juventude com um famoso ator de Hollywood. Lembrei da sensação de ler Tia Julia e o Escrevinhador , de Mario Vargas Llosa. Não deve ser à toa que o elogio do grande escritor à obra esteja na capa do livro, editado pela Harper Collins. A obra foi o tema da reunião mensal do nosso Círculo Feminino de Leitura (CFL) e nos arrebatou com a originalidade com que trata de temas que nos são caros. CFL com A Louca da Casa . Seja quando conta suas estripulias juvenis ou quando divaga sobre as motivações e agruras da vida de romancista, nos oferecendo casos (estes, garante,

Descobrindo o Parque Vila Madalena

Domingo passado achei na internet toda uma programação, que incluía várias apresentações musicais, em um Festival do Parque Vila Madalena. Fiquei bastante curiosa, pois sou moradora do bairro há mais de 20 anos e não conhecia tal lugar. Ao olhar a localização, vi que se tratava da região do entorno do Beco do Batman, aqui do lado de casa. Corri pra lá. Grafites são a grande atração no local. Conheço todo aquele pedaço, inclusive o beco, pelo qual cortava caminho quando podia passar carro. E mesmo assim comemorei quando o trânsito foi proibido ali. Mas nunca tinha ido passear por lá em um domingo. Podem me chamar de tonta. Pois que me surpreendi e fiquei encantada com o que encontrei. Toda aquela baixada, entre a Harmonia, a Inácio Pereira da Rocha e a Aspicuelta, tomada de gente curtindo uma variedade de atividades, incluindo brincadeiras para crianças, uma feirinha com produtos descolados, vários bares e restaurantes, que conhecia a existência, mas não as cadeirinhas de praia