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Mostrando postagens de outubro, 2020

O privilégio de ter uma área verde para chamar de minha

Uma caminhada de seis minutos, com 400 metros e uma boa subida, que não chega a incomodar, me separa da área verde mais próxima de onde moro, privilégio compartilhado por grande parte das pessoas que vivem na Zona Oeste de São Paulo, mas bem mais raro para habitantes de outras regiões. Sei disso porque nem sempre morei aqui. Na Zona Norte, onde fui criada, há apenas as ladeiras e as calçadas ruins em comum; praças e parques são raridade. O Centro, mais antigo, também é bem serviço de praças, mas poucas com as características de local para exercício e convívio com a natureza, parte pelo grande movimento, parte pela urbanização que não privilegia esse uso. O Vale do Anhangabaú é um exemplo sobre o qual tenho até preguiça de comentar. De volta à cidade – aos poucos – após quase sete meses de exílio no interior, percebo mais intensamente a importância dessas áreas. Já não temos horizonte para acompanhar o caminho do sol, da lua, das estrelas - deve ser por isso que alguns passaram a acredi

Verde traz saúde e bem-estar às pessoas

  Todo mundo deveria ter uma área verde pública perto de casa, ou seja, na qual pudesse ir a pé. Na Zona Oeste de São Paulo, onde moro, isso é relativamente comum, mas não é padrão na cidade nem na maior parte do país. Visitei cidades na Amazônia onde os moradores não devem saber o que é isso (e não estou sendo irônica). Em Jarinu, onde tenho ficado a maior parte do tempo desde o início da pandemia, esse luxo também não existe. Em escala nacional – ou até planetária -, as grandes unidades de conservação, que protegem biomas, ecossistemas e espécies, são as mais importantes e há tratados e compromissos internacionais que indicam as necessidades mínimas para países e para a biodiversidade. Mas pouco se tem de concreto sobre a quantidade e como devem ser as áreas protegidas urbanas. Cada município deve trazer isso em seus planos diretores, mas a impressão é que praticamente nenhum leva isso realmente a sério. Quanto de áreas verdes deveria ter uma área urbana em relação a seu território

Com vontade política, país pode gerir bem suas áreas protegidas

  O calor fora de época e de bitola dificultam a vontade de escrever ou fazer qualquer coisa. Quem sabe os cientistas estejam todos errados e as altas temperaturas sejam apenas um ponto fora da curva, como pregam os negacionistas. Ou sempre fez calor assim, nós que esquecemos ou os termômetros foram finalmente calibrados. Mesmo de brincadeira, acho difícil pensar em asneiras como essas. Imagino o que passa pela cabeça de mitômanos como o fulano que enviou discurso em nome do Brasil quarta-feira (30/9) à cúpula sobre biodiversidade da ONU e voltou a dizer que as ONGs comandam crimes ambientais e que seu governo está combatendo o desmatamento, sem provas ou mínimas evidências. O mais triste é que assistimos ao vivo um filme de terror que poderia ser muito diferente caso não fosse dirigido por vilões tão caricatos. Ao contrário do que apregoam os responsáveis pelo circo de horrores que nos tornamos, o país tem uma sociedade civil, boa parte dela organizadas em ONGs, altamente empenhad