Fui conhecer o Sesc 24 de Maio, inaugurado no ano passado
no antigo prédio da Mesbla, no Centro - destino que tem se tornado constante,
com mais surpresas positivas do que negativas. Desci na estação Anhangabaú do
metrô, que é um pouco mais longe do que a República, mas o caminho é bem
bacana, passando pelo Teatro Municipal. Me desafiar a fazer um passeio por
semana a lugares diferentes tem me feito (re)descobrir a cidade real, longe da
cidadela Zona Oeste onde me refugiei.
Andar a pé, de metrô, descobrir caminhos com a escala do
pedestre tem sido gratificante. Talvez isso aconteça por ser o que eu disse –
passeio. Quando só usava transporte público, meu esgotamento era patológico. Venci
meu medo de dirigir e comprei um carro para não desistir de estudar e ter um
pouco mais de vontade de trabalhar. De dentro do carro a vida fica mais fácil,
mas cria uma dependência da qual estou tentando me libertar.
A primeira impressão ao chegar no prédio do Sesc,
lindamente reformado a partir de projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, é
de entrar em um mundo diferente. Saem os prédios antigos, a superlotação das
ruas, a agitação das galerias e surge um ambiente ultramoderno, amplo, onde
reina confraternização e tranquilidade. Grupos de jovens, crianças, gente de
todo tipo circula e se reúne em pequenos grupos para aproveitar um espaço
público acolhedor, caso raro em São Paulo. Logo na entrada, há um balcão de
informações onde te ajudam a se localizar e saber o que há para fazer. Pena que
muitas atividades do Sesc são restritas aos comerciários (já fui associada
quando trabalhava em jornal).
Não consegui ver a piscina icônica na cobertura, só é
aberta à visitação às quartas (fui em uma quinta), mas subi ao café do 11º andar
(Jardim da Piscina), onde tem um espelho d´água e se pode passar o tempo
tranquilamente nos bancos e poltronas com vista para a cidade. Desci depois
pelas rampas, que são uma atração por si só, vendo tudo o que há nos demais
andares. As salas de ginástica são incríveis!
O andar de exposições é o quinto e, até 26 de agosto, é possível
ver a mostra “Jamaica, Jamaica!”, que traz a história deste país caribenho, com
um grande enfoque em sua música. Tema novo para mim, uma Jamaica além de Bob
Marley e do reggae, que vai do sound
system, na década de 1950, até o dancehall,
que começou nos anos 1990 e pelo visto são a inspiração até das dançarinas de
funk nos bailes no Brasil. Descobri que a origem dos hastafáris é um imperador
da Etiópia, Haile Selassie, coroado em 1930, que representou a resistência ao
colonialismo e era considerado a encarnação de Deus por seus seguidores
jamaicanos. Ras era o título do príncipe e Tafari Makonnen, nome de Selassie
antes da coroação. Só exposição já vale a visita.
(Fotos: Café Jardim da Piscina e exposição Jamaica, Jamaica!)
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