Há muito que ouvimos que praia de paulistano é shopping
center. Não que seja mentira, já que os guapos não param de ser inaugurados nos
quatro cantos da cidade e, que eu saiba, só ficam vazios os que a prefeitura
interdita. Mas, de uns tempos pra cá, um novo programa nos têm atraído. E
quanto mais atrai, mais se propaga e provoca outra mania paulistana: as filas.
Refiro-me aos múltiplos eventos culturais que se chegam à cidade. É tanta coisa
acontecendo ao mesmo tempo que os finais de semana têm sido curtos para poder
acompanhar pelo menos uma parte do que se gostaria.
Como para referendar isso, no início do mês, São Paulo foi
incluída entre as 12 principais cidades culturais do mundo, em um relatório
encomendado pela prefeitura de Londres que avaliou 60 indicativos nas áreas de
literatura, cinema, artes, visuais, espetáculos entre outros. Se já nos
aprazíamos de ser capital gastronômica do país (até restaurante entre os
melhores do mundo nós temos!), também podemos assistir a musicais bem
produzidos sem ir pra Londres ou Nova York e (melhor) sem entender inglês.
Mas o que mais gosto mesmo são as exposições. E não me
importo em pegar filas, pois elas significam que outras mostras virão.
Recentemente, enfrentei três horas com galhardia para ver os impressionistas no
CCBB, espaço que não conhecia e agora vai fazer parte do meu roteiro. No MASP,
que ia muito de vez em quando, mal acabei de ver Modigliani, já tenho que
voltar para ver Caravaggio. Na Pinacoteca, pude conhecer o venezuelano Carlos
Cruz-Diez, na retrospectiva que mais me emocionou nos últimos tempos. Dá
vontade de dizer até para as pessoas na rua não deixarem de passar por lá. Sem
falar na Bienal de São Paulo, Adriana Varejão, Ligia Clark... E acervos como o
do Museu Afro Brasil, que adoro entrar para dar uma namoradinha quando vou ao
Ibirapuera.
O melhor dessas exposições é que - ao contrário dos bons
restaurantes, grandes shows e espetáculos de dança e teatro, que também adoro -
são bem baratinhos ou gratuitos, conforme o local ou o dia da semana. Grande
parte desses locais são também acessíveis por metrô, que é um meio de
transporte superconfortável aos finais de semana. Melhor que isso, só se
tivéssemos também uma prainha de verdade.
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