A entrada quase inimaginável de
novos carros no trânsito paulistano já faz com que sábados tenham picos de
congestionamento. Daqui a pouco, teremos que ter rodízio também aos finais de
semana! Tudo isso para comentar que neste próximo sábado será 22 de setembro,
que é o Dia Mundial Sem Carro. Da última vez que data caiu neste dia, esperei
conseguir reparar nas ruas da cidade algum indício de que as pessoas estavam
aderindo à data, visto que durante a semana realmente é mais difícil cumprir
compromissos com as dificuldades já conhecidas de deslocamento na cidade.
Naquela ocasião, não me lembro há
quantos anos exatamente (uns 4 ou 5?), fomos a pé para o clube e, sinceramente,
não vi diferença nenhuma, já que o trânsito ainda costumava ser tranquilo nesse
dia da semana. Agora, na era das bikes e das ciclovias de passeio, pode ser que
a história seja diferente: a prefeitura já anunciou que as ciclovias dominicais
estarão funcionando também no sábado. Será que teremos a oportunidade de um
sábado sem congestionamentos?
Até gostaria, mas não estou
preparada para abdicar do automóvel particular no dia a dia. Seria praticamente
inviável me locomover para o escritório, escola e atividades dos filhos (sou
também mãetorista), supermercado e afins (sou também dona de casa) dependendo
de condução. Em meu favor, afirmo que é tudo pertinho e um lugar é caminho do
outro. Passo entre meia hora e 40 minutos no trânsito diariamente. De condução,
calculo que seriam necessárias umas três horas para fazer tudo isso. Para ir da
minha casa à escola das crianças, por exemplo, são de 5 a 10 minutos de carro
(a depender do movimento na rua). De ônibus, seria necessário andar uns 20
minutos e tomar dois ônibus para chegar lá. Não é racional.
Mas procuro ir a pé a todos os
locais possíveis, mesmo enfrentando as terríveis calçadas da cidade, e uso o
metrô sempre que meu trajeto possa ser feito através dele. Nesse caso, é sempre
mais rápido e mais barato (estacionamento em São Paulo, quando existe, é um
verdadeiro assalto). Nos finais de semana, é até gostoso usar o metrô, que
normalmente é “vazio”, mas com muita gente interessante.
Para marcar este Dia Mundial Sem
Carro, está programado o evento Praia na Paulista, entre 9 e 18 horas na Praça
do Ciclista (que é o espaço de canteiro central da avenida Paulista entre as
ruas Bela Cintra e Consolação). Entidades ambientalistas devem fazer atividades
por lá. O Instituto Vitae Civilis e o Instituto de Defesa do Consumidor vão relançar
a campanha Clima & Consumo e convidar os passantes a pendurar ideias para
melhorar a mobilidade na cidade em um grande varal, que será fotografado e
publicado na internet. A Fundação SOS Mata Atlântica aproveita o evento para
comemorar também o Dia da Árvore (que acontece na sexta-feira, dia 21),
distribuindo mudas, e com uma exposição do Dia do Tietê, que também é 22 de
setembro.
É uma pena que esse conjunto de datas (todas elas tão
fundamentais para os habitantes desta metrópole) sejam tão pouco divulgadas. Eu,
muito possivelmente, não estarei na cidade neste dia, mas não vou usar meu
carro de jeito nenhum. Talvez, até plante uma árvore, e ficarei torcendo para
que tenhamos um momento real de reflexão sobre o que esperamos e o que podemos
fazer por nossa cidade.
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