A inauguração de um novo Sesc é sempre motivo de agito na
cidade. Em cada canto em que há uma unidade, há cultura, há cidadania, há
inclusão. Quando isso acontece em plena avenida Paulista, a expectativa só pode
ser triplicada.
Aberto há pouco mais de uma semana, o Sesc Paulista se
transformou no assunto, o lugar que todos precisamos conhecer. Não resisti. Fui
no sábado, um pouco receosa de ainda encontrar ecos das filas que aconteceram
durante o feriadão. Mas elas não haviam, apesar do movimento intenso.
Entrar em prédio, em plana Paulista, sem precisar se
identificar ou passar por nenhuma catraca já vale a visita. Entendo todas as
formas de medo e necessidade de segurança de nossa sociedade, mas a sensação de
ser bem-vinda que entrar e seguir diretamente para o elevador, sem interrupções,
dá é muito boa.
O destino de praticamente todos que chegam é o mirante na
cobertura. Já ponto obrigatório dos visitantes da cidade. No Instituto Moreira Salles,
na outra ponta da avenida, também temos uma vista bacana, mas é de mais baixo,
em espaço fechado. Não dá para comparar. A cafeteria é convidativa e não
consigo de lembrar de algum outro local em que podemos subir para tomar um
cafezinho vendo Sampa de cima. Tratamento de ‘primeiro mundo’. Todo brasileiro
ama, porque sabemos ser a conta-gotas.
De cima, o destino do visitante - após de extasiar - é
descer. Nessa hora, os elevadores ‘inteligentes’ são um tanto irritantes:
querem saber para qual andar vamos, quantas pessoas querem ir, e o grande irmão
por trás da tecnologia parece não se decidir para qual deles nos mandar.
Angústias de quem sempre desconfia do novo. Ele deve saber o que faz, mas a
espera é um pouco longa e aborrecida. Alguns preferem as escadas, mas achamos
17 andares um pouco demais.
Fomos direto aos andares de galerias de arte: 13º (onde
não havia programação naquele momento) e ao 5º, onde fomos brindadas com a
exposição Visões do Tempo, do videoartista estadunidense Bill Viola, muito
bonita e inquietadora (vai até 9 de setembro). Os vídeos mostram movimentos às
vezes tão lentos que demoramos para perceber que existem, cenas que parecerem
se repetir, outras que de repente mudam e você não percebeu. Mais inquietude.
Estão vivos ou são fantasmas? Estão neste mundo? Vale a visita.
Não chegamos a ver os demais andares. Pelas fotos, o
espaço para crianças é muito bacana, e a experiência diz que a comedoria e as
demais atividades esportivas e culturais só podem ser ótimas. Paulistanos
agradecem.
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