Um dia depois de pensar sobre escrever sobre mulheres
poderosas, foi lançado o blog #agoraéquesãoelas pela Folha de S. Paulo (http://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2016/01/27/sozinhas-andamos-bem-mas-juntas-andamos-melhor-2/).
E não é que fiquei feliz?!?! O movimento realizado por essas mulheres, agora
responsáveis pelo blog (Alessandra Orofino, Ana Carolina
Evangelista, Antonia Pellegrino, Manoela Miklos) no ano passado, no
qual homens colunistas deram espaço para as mulheres escreverem, foi um dos
motivos que me inspiraram a não parar de pensar nesse assunto e na necessidade
de colocar esse inconformismo para fora. Saber que esse espaço estará aberto em
um veículo de tanta importância já é um grande avanço no sentido de reforçar o
feminismo que volta a brotar.
Por alguns anos, acredito que a mulherada acabou dando
uma trégua, talvez pelo cansaço natural da luta, talvez pelas conquistas
inimagináveis há um século. Mas é só parar e olhar em volta para perceber que,
de verdade, a maior parte dessas conquistas foi parcial, no papel, e não chegou
à igualdade de gênero que se precisa. Não adianta contarmos com voto, se não
temos representatividade; não adianta apenas lei Maria da Penha, se ainda temos
medo de andar na rua (e muitas de chegar em casa...). Não resolve vivermos em
um país onde cada um se veste como quer e ter um ministro da Saúde que diz que
mulher é mais vulnerável a mosquito porque anda de perna de fora e sandália.
Aliás, precisa avisar ao “sábio” ministro Marcelo Castro que é só no ambiente
de “excelências” que ele frequenta que homens andam calça comprida e sapatos no
Brasil.
Voltando ao blog recém-lançado, confesso que pensei em
abortar minha ideia, mas escrever sobre esse assunto se tornou uma necessidade.
Chegar à maturidade e ver tantas mulheres nessa fase da vida ainda com questões
que já deveriam estar superadas (dupla jornada, salários menores, dependendo de
aprovação masculina para fazer coisas básicas...) somando-se a novos desafios,
como ter que se renovar física, emocional e profissionalmente para uma vida
muito mais longa e produtiva do que o imaginado, me impulsionam a contar
histórias e também querer compartilhar experiências que tornem a jornada mais
fácil para a minha geração e façam com que as gerações mais novas, como a das
minhas filhas, possam finalmente usufruir plenamente do que temos tido o
aperitivo. Como diz o título do primeiro post do #agoraéquesãoelas, “sozinhas
andamos bem, mas juntas andamos melhor”.
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