A permanência da existência de favelas na nossa sociedade, como se fosse a coisa mais natural do mundo, já é uma aberração. Mesmo as famosas, como Heliópolis e Paraisópolis, hoje mais bairros pobres (romantizados em novelas de TV), me deixam indignada pela lógica de castas de cidadãos. Mas ver uma favela se formar, não em um terreno sem uso ou ocupação social e à mercê da especulação imobiliária, mas em plena calçada, é demais para mim. Em plena Vila Leopoldina, na rua Hassib Mofarrej (esquina com a rua Balmann), há menos de 50 metros da escola da minhas filhas, cresce horizontal e verticalmente uma favela espremida entre os muros (não sei do que) e a rua. Não faço a mínima ideia de como aquelas pessoas têm (se é que têm) acesso à água, por exemplo. Vivem em um ambiente de suprema insalubridade, no qual a proliferação de mosquitos é apenas uma das consequências. A cada vez que passo por ali fico pensando se ou o que eu deveria fazer. Já pensei em ligar para a administração regi...