Quando instalaram câmeras nos elevadores do meu prédio – e olha que fomos pioneiros! – a diversão dos meus filhos era ficar fazendo micagem pra elas. Mesmo bem pequenos, eles se sentiram agredidos por serem vigiados e esta era uma forma de protestar. O tempo passou e hoje acredito que praticamente não haja elevadores sem câmeras, flagrando briga de vizinhos e esposa fugindo com marido em pedaços guardados em malas. Na maior parte do tempo, porém, continuo achando que apenas ajudam os porteiros a passar o tempo e se divertir com as inevitáveis indiscrições das pessoas que, acostumadas com o treco, esquecem que ele está lá. As câmaras passaram a fazer parte de nossas vidas também do lado de fora dos prédios e, justiça seja feita, têm ajudado a reconhecer ladrões, brigões e motoristas bêbados ou imprudentes soltos por aí. Também estão em lojas, restaurantes e quase todo espaço público que podemos imaginar. Como bandido não é bobo, a tendência é que cada vez menos exemplares da espé...