Uma queda de avião matou, no dia 13 de agosto de 2014, o
então candidato a presidência Eduardo Campos, pouco antes de pousar em Santos
para um dia de campanha. Nesse mesmo triste e chuvoso dia, o navegador Amyr
Klink aportou na praia da mesma cidade com seu novíssimo barco anfíbio, acionou
as rodas da embarcação e a dirigiu até um posto de gasolina, abasteceu e
voltou, com sucesso, para o mar. Por uma infeliz coincidência na data, o teste
da nova embarcação passou praticamente em branco (possivelmente não tenha sido
notado nem por quem passou pelo barco rodando na rua).
No último domingo (8/3), o navegador fez novamente uma
demonstração da embarcação, desta vez na praia de Pernambuco, no Guarujá. O
público também não era grande, já que não foi um fim de semana de clima
maravilhoso, mas várias pessoas puderam embarcar na praia e ‘rodar’ com o barco
até que não precisasse mais de rodas no mar e passasse a navegar para uma
voltinha. No retorno, a mesma coisa: ao se aproximar da praia, o barco
simplesmente aciona as rodas e adentra na praia.
Para quem é totalmente leiga em navegação, a operação
pareceu de uma simplicidade atroz. Sei que existem vários barcos e carros
anfíbios, embora tenha sido o primeiro que vi ‘ao vivo e em cores’. Na hora, me
lembrei de tantas crianças na Amazônia, que têm dificuldade de chegar à escola
por conta das marés que impedem a chegada e saída de barcos e precisam sair de
casa em horários esdrúxulos (quando conseguem sair). Outras, em locais como o
Pantanal, que só podem ir à escola na seca (ou desistir de estudar, ou viver em
colégios internos), porque não há estradas na cheia. Pensei também em épocas de
tragédias, como a atual enchente em Rio Branco, onde não se sabe mais onde é
rua e onde é rio.
Imagina um barco que pode aportar em praias (de mar e de
rio) para pegar crianças para a escola ou levar alguém para o hospital ou
realizar salvamentos, sem depender da hora da maré ou da época do ano e ir
pegar os passageiros em casa. Claro que não deve ser uma opção barata, mas se
ninguém pensar nisso, nunca vai acontecer. Que bom que o Amyr Klink é um
sonhador e vai atrás desses sonhos. Tomara que tenhamos outros muitos
(inclusive no poder público do país) com esse espírito empreendedor.
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