Minha pior experiência com lixo oceânico foi na Grécia, há uns sete anos. Havia chegado a Istambul um dia antes e embarcado em um iate para uma viagem de dez dias pelas ilhas turcas e gregas na qual até hoje não sei como caí e o que estava fazendo lá, mas isso é outra história. Após uma noite a bordo, acordamos em território grego e de frente para duas ilhas paradisíacas, uma cheia de casinhas brancas e restaurantes caros da nossa imaginação e outra que parecia um recando verde esquecido do mundo – a segunda parte da frase é verdadeira. Como ficaríamos um dia inteiro no local, escolhemos ir primeiro ao destino natural, para o que parecia ser uma praia virgem, que sabemos não existir, mas fantasiar não custa nada. Conforme o bote se aproximada da praia, porém, brilhos e cores difusas começaram a aparecer e a nos intrigar. À medida que chegávamos mais perto, percebemos que se tratava de um depósito de lixo cuspido pelo mar que tomava todo o espaço, desde uns três metros dentro d’...