Em uma conversa com minhas amigas, quando cada uma foi instada a dizer qual era sua maior qualidade, pensei em mim como uma pessoa fiel: à família, ao meu marido, aos meus amigos, aos meus princípios. Mas ultimamente andava pulando a cerca e me sentindo bem feliz: ganhei um Kindle faz um tempinho e me recusava a usar por fidelidade aos livros de papel, seu toque, peso, cheiro. Mas a satisfação imediata da vontade de ler um título e bastar dois clicks para tê-lo em mãos e, porque não dizer, também a economia, me fizeram ceder à tentação.
Achei sem-gracinha, mais chato de voltar as páginas, não tem orelha, não dá pra usar marcador – e isso é mesmo muito chato -, nem escrever nas margens. Pensava, porém, na quantidade absurda de livros que estou tentando catalogar para dar um jeito em nossa biblioteca e no espaço que não se multiplica como eu gostaria, e nas árvores que serão economizadas, e em como eu quero ser moderna. Já estava me acostumando.
Até que ganhei de amigos queridos um vale presente da Livraria da Vila e resolvi dar uma passadinha para descolar um livrinho. E descubro, quando vou ver o valor, que era um presentão. E peguei uma lista enorme de títulos da minha lista para saber o que tinha lá. Fiquei no bate-papo com a vendedora e folheei um monte de livros, e contei quantos tinha lido em cada fileira exposta (adoro fazer isso). Saí com a sacola cheia e a alma lavada. Lembrei por quem meu coração realmente bate. Chega de aventuras.
Quem me conhece sabe da importância que participar de um clube de leitura tem na minha vida. Especial para mim e para as demais membras, o Círculo Feminino de Leitura-CFL, ao invés de se tornar rotina, foi ganhando maior espaço em nossas vidas ao longo do tempo e transfomou nossa maneira de ver o mundo. Por isso, ao receber da Nivia, uma de minhas companheiras de CFL, uma foto do livro Clubes de Leitura – Uma aposta nas pequenas revoluções (Solisluna Editora), de Janine Durand e Luciana Gerbovic, fiquei com coceira nos olhos e fui correndo comprar. As autoras escrevem a partir de suas experiências de mediadoras de clubes de leitura e abordam o potencial da literatura como caminho para libertação pessoal. Advocam que a literatura é um Direito Humano, mas pouco respeitado no Brasil. As duas são articuladoras do Programa Remição em Rede, que fomenta clubes de leitura em unidades prisionais para remição da pena por meio da leitura. Trazem depoimentos tocantes de pessoas transformadas pelo
Comentários
Postar um comentário