De todos os locais que gostaria
de conhecer, mas duvido que consiga, a Antártica está no topo da lista. É muito
longe, é muito caro, é muito frio. Mas é fascinante. Estou aqui embevecida com
o livro Expedições Antárticas, do fotógrafo e biólogo Cesar Rodrigo dos Santos,
que teve o privilégio de estar 15 vezes por lá, entre 2002 e 2017, e registrar
imagens de tirar o fôlego. O livro ainda tem com o plus dos textos serem da
minha amiga Silvia Marcuzzo, que conta as aventuras de Cesar, e nos traz
detalhes da infraestrutura e o trabalho desenvolvido pelo Brasil no continente
gelado, da geografia e da biodiversidade locais, assim como os desafios do
último lugar remoto do planeta.
É uma região sobre a qual tudo
o que sabemos, normalmente, se resume às suas paisagens de horizontes brancos
infinitos e pinguins amontoados. Mas é um território a ser muito estudado, até
porque as mudanças climáticas podem modificar rapidamente o que conhecemos até
agora:
“O continente antártico é
repleto de superlativos, ostentando os títulos de mais seco, mais frio, mais desértico,
mais ventoso, mais preservado, mais desconhecido. Com uma extensão de 14
milhões de quilômetros quadrados, equivalente à soma territorial de quase todos
os países da América do Sul, a Antártica impressiona pela sua imensidão.
Durante o inverno, o continente pode dobrar de tamanho devido ao congelamento
do mar em seu entorno”. E, a cereja do bolo: “O continente detém 90% do gelo e
80% da água doce da Terra”. Dá pra imaginar?
A Antártida conta com um
tratado internacional assinado em 1959, que estabelece que o continente deve
ser utilizado exclusivamente para fins pacíficos, proibindo qualquer atividade
militar no continente. Além disso, o tratado incentiva a cooperação científica
internacional e o intercâmbio de informações científicas entre os países
signatários (12, atualmente), proíbe novas reivindicações territoriais e
reconhece as reivindicações existentes, mas sem reconhecimento de soberania. Segundo
o autor do livro, “enquanto persistir o tratado, essas belezas não podem ser
exploradas comercialmente por nenhum país, pois o local influencia o clima de
todo mundo”. Gostaria de acreditar que dá para confiar em tratados
internacionais.
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